Revista Leitura - Chamada para número temático "A sociolinguística aplicada à educação: 20 anos da obra 'Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística e ensino' de Stella Maris Bortoni-Ricardo"

Frederico Lima


A proposta de dossiê temático celebra os 20 anos da publicação da obra seminal de Stella Maris Bortoni-Ricardo, marco teórico e metodológico na interface entre sociolinguística e educação. O dossiê busca reunir trabalhos que aprofundem o debate sobre a presença da variação linguística no ensino de língua portuguesa, tema ainda marginalizado nas práticas escolares e currículos formativos. A proposta parte da constatação de que, embora a diversidade linguística seja um dado científico consolidado, sua transposição para o contexto educacional permanece desafiadora, reforçando estigmas e desigualdades. A obra de Bortoni-Ricardo é tomada como ponto de partida para atualizar a discussão e propor caminhos para práticas pedagógicas mais inclusivas e sintonizadas com a realidade sociolinguística dos alunos.

O dossiê está estruturado em torno de seis eixos temáticos:

(i) A relevância do conhecimento da variação para o tratamento do erro linguístico;

(ii) Em defesa de uma educação bidialetal;

(iii) O tripé gramática-dicionário-escola e a relação com a ideologia do padrão linguístico;

(iv) Desafios e propostas para a formação de professores preparados para lidar com a variação linguística na sala de aula;

(v) Práticas inovadoras no ensino de variação linguística;

A proposta é coordenada por pesquisadores de quatro instituições públicas (UPE, UFSCar e UFAL) e conta com um corpo de pareceristas composto por doutores e doutorandos de diferentes universidades brasileiras. Busca-se, com este número temático, fomentar um diálogo interdisciplinar e propositivo entre ensino, pesquisa e formação docente, reafirmando o compromisso com uma educação linguística plural, democrática e antidiscriminatória.


Organizadores:

Marcus Garcia de Sene (UPE-Garanhuns)

Fernando Augusto de Lima Oliveira (UPE-Garanhuns)

Caroline Carnielli Biazolli (UFSCar)

Aldir Santos de Paula (UFAL)

Prazo para submissão: até 15 de setembro

Para mais informações, acessehttps://www.seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/announcement/view/296

Revista Caderno Seminal - Chamada para o dossiê “Como se fora brincadeira de roda…”

Frederico Lima

 

As brincadeiras de roda são atividades lúdicas, realizadas em grupo, que têm, em grande medida, importância na formação de crianças. Organizadas em círculo, de mãos dadas, elas cantam uma mesma cantiga, com forte refrão, girando em um mesmo sentido, inseridas em um espaço criador de ficção. Todo esse movimento incentiva a coordenação motora, as mãos dadas promovem a socialização, e o canto incita a musicalidade.
O caráter lúdico da brincadeira assume papel formacional, engendrado por meio de um discurso poético, com rimas externas e internas, jogos sonoros e semânticos. Tem-se, assim, uma dimensão dupla do lúdico, pois a brincadeira de roda é um jogo sensorial, e a poesia, que lhe dá suporte, realiza-se por jogos verbais, uma vez que a poiesis é lúdica por excelência.
Qualquer pesquisa nas redes digitais levará a que se encontrem dezenas ou até mesmo de cantigas de roda. Muitas dessas cantigas vêm sendo esquecidas ao longo das últimas décadas, outras nem tanto, e algumas passaram a ser consideradas “politicamente incorretas”, como é o caso, por exemplo, de “Atirei o pau no gato”.
A literatura voltada à recepção por crianças também pode ser encarada como uma atividade tão somente lúdica – ou não –, realizada individualmente – ou em grupo –, e, em todos os casos, igualmente às brincadeiras de roda, essa literatura importa para a formação desses sujeitos.
Assim, o que aqui se propõe são reflexões à volta dessa literatura na mesma ótica sob a qual se refletiu, subliminarmente, acerca das brincadeiras de roda.

Editores:
Diógenes Buenos Aires de Carvalho (UESPI)
Gabriela Rodella de Oliveira (UFSB/ USP) 
Lilliân Alves Borges (UFTM/ UERJ)
Marisa Martins Gama-Khalil (UNEMAT/ UFU/ CNPq)

Submissão de artigos até:
31 / 01/ 2026
Emissão das cartas de aceite ou rejeição até: 04 / 04/ 2026
Publicação do nº da revista até: 09 / 05/ 2026

Para mais informações, acesse: https://www.e-publicacoes.uerj.br/cadernoseminal

 

O que é ORAÇÃO?

Frederico Lima

Oração é um enunciado linguístico que se desenvolve a partir de um verbo ou de uma locução verbal.

Exemplos:

Ele gosta de carne moída.

Ele deverá gostar de carne moída.


Revista Crioula - Chamada para o dossiê “A participação das mulheres nas lutas de libertação"

Frederico Lima

Neste ano, recordamos os 50 anos das independências das antigas colônias portuguesas no continente africano, que foi conquistada em 1975. A data, no entanto, foi precedida por intensas guerras de libertação/guerras coloniais. Muitas mulheres participaram ativamente nas lutas de libertação, como foi o caso das guerrilheiras da Organização das Mulheres Angolanas (OMA), a ala feminina do MPLA, pelo qual passaram figuras importantes para a luta anticolonial, como Deolinda Rodrigues. Ainda há muito para investigar a respeito do entrelaçamento da situação das mulheres com as lutas de libertação, mas o tema já desperta interesse há algum tempo. Em 2009, as escritoras Dya Kassembe e Paulina Chiziane organizaram “O livro da paz da mulher angolana: as heroínas sem nome”, cruzando histórias de mulheres que, de alguma forma, tiveram a vida modificada na ocasião das guerras pelas independências. As posições ocupadas por essas mulheres na guerra são todas distintas, estando entre elas mulheres que foram vítimas de estupros como armas de guerra, que foram raptadas por uma guerrilha, que perderam seus maridos ou filhos durante o conflito, entre outras situações-limite. Pensando nisso, convidamos pesquisadores a refletir sobre como a presença feminina nos conflitos armados está figurada na literatura produzida nos países de língua portuguesa, enviando artigos até o dia 30/09/2025. Também serão bem-vindos artigos que tragam as literaturas de língua portuguesa em conjunto com outras literaturas e formas de arte, como a música, pintura e cinema.

A revista continua recebendo em fluxo contínuo textos para a seção livre.

Para mais informações, acesse: https://revistas.usp.br/crioula/announcement/view/1956

Revista Nau Literária - Chamada para o dossiê "A contemporaneidade da lírica: apóstrofes, endereçamentos e anacronismos"

Frederico Lima

Neste ano, completa-se uma década da publicação de Theory of the lyric, importante tratado de Jonathan Culler que trouxe diversas contribuições ao pensamento acerca da poesia lírica, além de outros gêneros tangentes como, por exemplo, a canção. Traçando um arco que vai da antiguidade clássica à contemporaneidade, dentro da qual, por sua vez, elementos variados são objetos de análise, tais como a poesia em prosa e o rap, o estudo tem ponto alto quando toma por objeto uma figura característica da lírica, qual seja: o endereçamento apostrófico. Sorte de fenda temporal que rompe a teleologia de um possível entrecho para trazer o discurso ao presente de sua própria enunciação –por meio de uma interrupção protagonizada pela evocação de uma expressão entre a voz e a linguagem, como um “ó”–, ele, também, abre o eu lírico que, ao passo que se dirige a outrem, torna-se, igualmente, e talvez extrapolando um pouco o argumento de Culler, um tu para um outro, produzindo, finalmente, uma performance interativa. Não obstante, esse outro é, geralmente, extra-humano: uma montanha, uma flor, uma divindade. Com isso, permanece na lírica, mesmo na modernidade, uma dimensão ritualística, uma vez que, por meio do endereçamento, tenciona os elementos ficcionais de modo a gerar uma atualização performática do discurso que se enuncia. 

Caberia pensar, dessa forma, como a evocação do ato exortatório, na forma de um evento linguístico, não apenas como proposição de uma articulação ator-rede, trazendo toda sorte de coisas enquanto agentes que compartilham da nossa intelecção, extrapolando os limites do humano e rompendo com o solipsismo ao qual mesmo certa produção lírica mantém-se atada, mas, especialmente: como crítica ao mundo desencantado e alienado da forma mercadoria. Para tanto, a produção lírica de diversas épocas históricas, assim como de culturas assim chamadas de extra-modernas, autóctones ou tradicionais, a depender da nomenclatura, podem ser contemporâneas ao elaborar alternativas às contradições da modernidade – sendo que a própria forma lírica, como mostrado, pressupõe um entrechoque de temporalidades. Vale, nesse ponto, notar as produções acerca do anacronismo aplicadas à lírica brasileira, como aquelas realizadas por Célia Pedrosa, entre diversos outros teóricos e críticos literários do Brasil e do exterior. 

A Revista Nau Literária privilegia textos que tomam por objeto literatura em língua portuguesa. 

Organização: João Guilherme Dayrell

Data limite para envio de artigos: 23/11

Para mais informações, acesse: https://seer.ufrgs.br/index.php/NauLiteraria/announcement/view/2033

Revista Brasileira de Linguística Aplicada – Chamada para o dossiê "Fazer/dizer os letramentos nas contemporaneidades"

Frederico Lima

 

As duas primeiras décadas do século XXI foram marcadas por transformações significativas nas formas de produção de conhecimento acadêmico e nas práticas de letramentos, impulsionadas pelas conquistas dos movimentos sociais, em especial do movimento negro. Parte integrante do universo científico, a juventude negra das periferias e das favelas, embora enfrente inúmeros desafios, tem passado a ser e a se ver como produtora de conhecimento, agente cultural e autora de suas próprias narrativas.

Ana Lucia Silva Souza (2011), em diálogo com a juventude do hip-hop, aponta para práticas de letramento de reexistência que ressignificam a leitura e a escrita por meio da apropriação da historicidade de heranças africanas e afrodiaspóricas. Ao etnografarem as periferias do Rio de Janeiro, Adriana Lopes, Daniel Silva e Adriana Facina (2019) mostram que os saberes e as escritas de juventudes que circulavam em bailes funks (Lopes, 2011), nos becos e vielas das favelas, hoje sobrevivem e comparecem em muitas esferas da vida acadêmica. Kassandra Muniz (2020), a partir do conceito negro-epistemológico de mandinga, destaca como a trajetória de mulheres negras na universidade subverte a branquitude produzida por enunciados que sustentam relações desiguais de poder, permitindo outras formas de viver a linguagem.

Como resultado de lutas históricas do movimento negro, especialmente em contextos de governos democráticos, vários marcos passaram a integrar a legislação educacional. É o caso da Lei 12.711/2012, conhecida como “Lei de Cotas”, que garante vagas em universidades e institutos federais para estudantes de escolas públicas, negros (pretos e pardos), indígenas e pessoas com deficiência. Nas palavras de José Jorge de Carvalho (2022, p. 21), essa lei tem exigido a descolonização do currículo para a formação de “licenciados, bacharéis, mestres e doutores com bases epistêmicas afro-brasileiras, indígenas e de demais povos tradicionais”.

Focalizando os avanços das políticas públicas de enfrentamento ao racismo, em intersecção com classe, gênero e sexualidade, este dossiê pretende contribuir para reflexões que incentivem a criação de currículos mais pluriepistêmicos (Carvalho, 2022). Reuniremos artigos que fundamentem o que podemos chamar de um gesto textual (Derrida, 1995), isto é, uma ação de desconstrução que envolva a análise crítica do próprio conceito de letramento, deslocando a perspectiva branca e eurocêntrica que o atravessa. Inspiradas pelo quilombola Antônio Bispo (2023), trata-se de abordar os letramentos por meio da elaboração de práticas de pesquisa e de formação docente que incorporem a relação entre diferentes saberes — especialmente os tradicionais, populares, negros e indígenas — numa convivência em que “nem tudo que se ajunta se mistura” (p. 12). Chamaremos esse gesto de Manifesto dos Letramentos Contemporâneos – um performativo, um fazer/dizer (Austin, 1962) que revela uma lógica pautada na justiça social presente nos letramentos vividos no cotidiano de uma margem/centro onde emergem temporalidades e agências plurais, éticas e estéticas, silenciadas ao longo da história da modernidade (Augusto, 2019).

Portanto, mais do que considerar a origem acadêmica do termo letramento, nossa proposta é etnografar (Blommaert, 2008) as formas contemporâneas de circulação e uso desse termo e conceito no debate público (dentro e fora das universidades, nas escolas, nas políticas públicas, nos meios digitais, nos movimentos sociais etc.). Partindo do pressuposto de que o contemporâneo é plural e intrinsecamente político, buscamos reunir textos em diferentes gêneros que reflitam sobre como as questões atuais têm transformado as concepções e práticas de letramento, as formas de produção de sentido, autoria, leitura, escrita e o uso da oralidade.

Organizadores:
Adriana Carvalho Lopes
Ana Lúcia Silva Souza
Kassandra Muniz

Prazo para submissão: 31 de dezembro de 2025 

Para mais informações, acesse: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbla/announcement/view/680

Revista Caderno de Letras - Chamada para o dossiê "GUIMARÃES ROSA: PALAVRA E IMAGEM"

Frederico Lima

 

O número 52 (2025) da Revista Caderno de Letras, a ser publicado em dezembro de 2025, propõe como objeto a obra de João Guimarães Rosa a partir de olhares que privilegiem as relações que esta estabelece com outras linguagens, mídias, textos, os mais variados campos do conhecimento, a tradução, ou seja, um mundo misturado. Para tanto, reuniremos trabalhos que enfoquem a obra do autor mineiro tendo em vista novas perspectivas, reflexões, diálogos, para além dos estudos já consagrados.

Organização do Dossiê: Dra Claudia Lorena Fonseca (UFPel)

Data limite para submissão de artigos: 20 de setembro de 2025

Data de publicação: dezembro de 2025

Revista Asas da Palavra - Chamada para o dossiê "Cultura popular e religião: interfaces, tensões e diálogos"

Frederico Lima

 

A relação entre cultura popular e religião constitui um campo fértil para investigações interdisciplinares, abrangendo áreas como Antropologia, Sociologia, História, Geografia, Teologia, Etnomusicologia, Literatura, Estudos Culturais e outras Artes. Em diferentes contextos históricos e sociais, manifestações culturais populares — como festas, danças, narrativas orais, música e expressões artísticas — frequentemente se entrelaçam com práticas e símbolos religiosos, com suas materialidades, ludicidades, performances e linguagens, proporcionando ressignificações de elementos do passado, forjando novos engajamentos e formas de resistência e de existências. Este dossiê busca reunir pesquisas que explorem essas interfaces, destacando como a religião influencia e é influenciada pela cultura popular, bem como os processos de hibridização, resistência e transformação decorrentes desse diálogo. Assim, este dossiê pretende fomentar debates contemporâneos sobre as dinâmicas entre cultura popular e religião, destacando sua relevância acadêmica e social. A proposta visa contribuir para uma compreensão mais ampla dessas manifestações, reconhecendo sua complexidade e seu papel na construção de identidades coletivas.  

O dossiê “Cultura popular e religião: interfaces, tensões e diálogos” tem os seguintes objetivos: 

1. Analisar as interconexões entre cultura popular e religião em diferentes contextos geográficos e temporais;  

2. Investigar manifestações culturais que incorporam elementos religiosos e vice-versa;  

3. Discutir as tensões e negociações entre tradição religiosa e expressões populares;  

4. Explorar o papel das mídias e das novas tecnologias na disseminação e transformação dessas interfaces;  

5. Refletir sobre as dimensões políticas, identitárias e de poder envolvidas nessas relações.

 

Dentre os eixos temáticos estão:  

1. Festas populares e religiosidade: carnaval, folias de reis, congadas, bois-bumbá, festas juninas, etc.;  

2. Música, dança e performance: samba, maracatu, hip-hop religioso etc.;  

3. Narrativas orais e literatura popular: mitos, lendas, cordel e suas relações com o sagrado;  

4. Sincretismos e resistências: processos de aculturação, perseguição e revitalização de tradições;  

5. Religião e cultura pop: representações do religioso no cinema, quadrinhos, games e redes sociais;  

6. Gênero, raça e classe: interseccionalidades nas expressões culturais-religiosas;

7. Materialidades e registros patrimoniais. 


O público-alvo é formado por pesquisadores(as) das Ciências Humanas e Sociais, Teologia, Artes e áreas afins, interessados(as) nos estudos sobre religião, cultura e sociedade.  

A revista Asas da Palavra (Qualis A4) publica artigos em português, inglês e espanhol. Para este número, podem submeter trabalhos doutores vinculados a uma instituição de nível superior; doutorandos, mestres, mestrandos, graduados e graduandos, obrigatoriamente em coautoria com pelo menos um(a) autor(a) com título de doutor(a).


Prazo para submissões: até 21 de setembro de 2025.

Organizadores(as) do Dossiê: Edgar Monteiro Chagas Junior (UNAMA/UEPA) e Greilson José de Lima (UEMA)

Para mais informações, acesse: https://revistas.unama.br/index.php/asasdapalavra/announcement/view/66

Revista Desassossego - Chamada para o dossier temático "O tempo da literatura portuguesa: rumos e desafios na contemporaneidade

Frederico Lima


Ao longo do tempo, e com especial recorrência na contemporaneidade, são muitos os vaticínios e as diversas litanias e epitáfios que se vão somando sobre o fim das Humanidades e da morte da Literatura. Convertido em locus tritus (Mosca, 2013, p. 185), vários têm sido os filósofos, críticos literários e ensaístas que refletem sobre este assunto – Antoine Compagnon, Antonio Candido, Byung-Chul Han, Eduardo Lourenço, George Steiner, Italo Calvino, Lamberto Maffei, Nuccio Ordine, Lídia Jorge, Manuel Frias Martins, Susan Sontag, Umberto Eco, Vítor Aguiar e Silva, entre tantos outros. Mais recentemente, em 2021, Noreena Hertz publicou um livro intitulado O Século da Solidão. Como restaurar as ligações humanas. Economista prestigiada, a autora reflete sobre a contemporaneidade ainda antes dos tempos da covid-19, alertando para o esvaziamento das capacidades sociais e humanas entre os mais jovens. Como forma de resposta e reflexão, a autora faz o elogio do que vincula: o pensamento, a sensibilidade e a linguagem, por outras palavras, a Literatura. Convocando Lídia Jorge, “para mim é absolutamente fundamental a ideia de que a literatura nos diz que nós nos temos uns aos outros” (Jorge apud Melo, 2022, p. 48). Num posicionamento crítico afim, João Lobo Antunes, em O Consolo das Humanidades, confessa:

Poderá perguntar-se então que ganhei eu com a cultura humanística que comecei a adquirir ainda antes de ser médico, tantas vezes à mesa de jantar, no rio de uma conversa de uma inteligência austera? Eu diria que a maior conquista foi ter-me apurado o ouvido para captar outras vozes, compreender o significado oculto das palavras, e ter a competência para falar com qualquer pessoa num diálogo que nos eleva àquela altitude comum que permite o olhar horizontal, olhos nos olhos (Antunes, 2018, p. 291).

É, pois, inspirado no título de Noreena Hertz se propõe o dossier temático O tempo da literatura, aberto a diferentes eixos de problematização crítica. Com base na interrogação que jamais se esgota – a saber, o que pode a Literatura? Ou ainda, pode a Literatura salvar-se de si mesma? –, e com ênfase na literatura portuguesa produzida ao longo dos últimos dois séculos, convocamos contribuições que se enquadrem nos seguintes eixos temáticos:

  • A literatura portuguesa no século XXI: novos caminhos, tendências e desafios hipercontemporâneos;
  • A literatura portuguesa do/no mundo hipercontemporâneo em mudança – as crises pandémicas, ecológicas e mentais, etc.;
  • A literatura portuguesa e os diálogos intermediais e multimodais;
  • Revisitações do Cânone e reescrita ficcional da História;
  • O Papel da Crítica Literária no mundo atual.

Além do dossiê temático, a Revista Desassossego conta com a recepção de texto em fluxo contínuo para a seção VÁRIA, para a qual recebemos artigos científicos relacionados à literatura e cultura portuguesas; e a seção OUTROS DESASSOSSEGOS, na qual publicamos textos poéticos e autorais inéditos enviados por nossos leitores. Ainda podem ser publicadas RESENHAS de livros editados nos últimos cinco anos ou ENTREVISTAS com nomes relevantes para a temática da revista.

Organizadores: José Vieira (Universidade de Lisboa, Portugal/Università Degli Studi di Padova, Itália), Filipe Senos Ferreira (Universidade de Aveiro, Portugal), Matteo Pupillo (Universidade de Lisboa, Portugal) e Flavia Maria Corradin (Universidade de São Paulo, Brasil)

Prazo para submissões: Os artigos, resenhas e entrevistas relacionadas ao dossiê temático O tempo da literatura serão recebidos impreterivelmente até 31 de janeiro de 2026. A publicação está prevista para novembro de 2026.

Para mais informações, acesse: https://revistas.usp.br/desassossego/announcement/view/1963

Revista Araticum - Chamada para o dossiê "Resistir e Ressignificar: a Literatura em tempos sombrios"

Frederico Lima


O presente dossiê receberá originais que pensam a literatura como um campo essencial de enfrentamento e resistência, criando um lugar de liberdade e de expressão, como tão bem indicou Jean-Paul Sartre (2004) ao afirmar que “é através dela que os indivíduos podem se libertar das limitações da história e explorar as profundezas da condição humana”. Receberemos artigos que abordem temas como a Literatura e os sistemas ditadores e totalitários; literatura de autoria indígena; literatura de autoria ou com temática LGBTQIA+; literatura de autoria negra; literatura de autoria feminina; literatura e política, pensando a literatura como lugar de resistência e ressignificação. É intuito do presente dossiê  provocar debates sobre como a literatura discute a censura, a opressão, o memoricídio e o silenciamento de diferentes setores da sociedade, conferindo significado às suas experiências em um mundo nem sempre compatível com os padrões estabelecidos pela classe dominante. Como afirmou Antonio Candido (1995), “tanto a literatura sancionada quanto a literatura proscrita; a que os poderes sugerem e a que nasce dos movimentos de negação do estado de coisas predominante” nos permite viver dialeticamente os problemas. Propomos explorar a capacidade da literatura de reavaliar o passado e construir narrativas humanizadoras como forma de resistência individual, como destacou Theodor W. Adorno (1957) ao dizer que as forças objetivas podem ser transcendidas artisticamente pelo indivíduo em direção a uma situação social digna do homem. O dossiê receberá também artigos de temas variados para a seção Vária.    

Submissões: até 30 de setembro de 2025 

Para mais informações, acesse: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/araticum/announcement/view/227

Revista Internacional em Língua Portuguesa - Chamada para o número temático "China e a Lusofonia"

Frederico Lima


A RILP - Revista Internacional em Língua Portuguesa está com chamada para submissões de artigos para a edição Nº 50, dedicada ao tema: China e a Lusofonia.

A RILP é uma revista impressa e distribuída por todas as instituições de ensino superior membros da AULP, sendo ainda disponibilizada em formato eletrónico de livre acesso (open access) na página: http://rilp-aulp.org.

Submissões: até 31 de outubro de 2025

​Poderá consultar as normas de publicação em: http://rilp-aulp.org/index.php/rilp/about/submissions

Revista de Estudios Brasileños - Chamada para o dossiê "O impacto da Inteligência Artificial na democracia no Brasil”

Frederico Lima


O dossiê busca artigos que explorem a interseção entre as tecnologias emergentes e seus impactos sobre os sistemas jurídicos e democráticos contemporâneos. Os trabalhos devem contribuir não apenas para a identificação de problemas, mas também propor soluções inovadoras e avaliar as respostas legislativas e judiciais existentes. Convidamos acadêmicos, juristas, especialistas em tecnologia e políticas públicas a contribuir com pesquisas originais que analisem o papel da IA nas relações sociais e políticas e suas consequências para as instituições democráticas.

Coordenadores: Prof. Dr. Rubens Beçak (USP) e Prof.ª Dr.ª Cristina Godoy Bernardo de Oliveira (USP).

Prazo de submissão: até 9 de novembro de 2025.

Linhas temáticas:

  • Desinformação e o papel da IA – impactos na democracia.
  • Deep fake e eleições – desafios do século XXI.
  • Reconhecimento facial e segurança pública – riscos à democracia.
  • Estado vigilante: profiling dos cidadãos e desafios democráticos.


A Revista de Estudios Brasileños (REB), publicação semestral editada pela Ediciones Universidad de Salamanca em colaboração com a Universidade de São Paulo, abre a chamada para submissão de artigos, entrevistas e resenhas para o seu número 26, com publicação prevista para dezembro de 2025.

A REB constitui uma publicação acadêmica de referência, dinâmica e aberta a todas as pessoas interessadas na complexa realidade do Brasil, nas áreas de Humanidades, Ciências Sociais e Ciências Jurídicas. Como plataforma especializada em estudos brasileiros, e mediante a publicação de pesquisas originais, a REB tem como objetivo promover e consolidar o debate acadêmico e científico.

Seções da revista:

A Seção geral admite artigos sobre o Brasil nas áreas de Humanidades, Ciências Sociais e Jurídicas. Serão especialmente considerados os trabalhos que apresentem resultados de projetos de pesquisa originais.

A seção de Resenhas aceita textos sobre livros publicados nos dois últimos anos.

A seção de Entrevistas inclui diálogos com figuras relevantes da cultura e do brasilianismo internacional.

Para mais informações, acesse: https://cebusal.es/reb/autores/directrices-para-autores/?lang=pt-br


Revista Falange Miúda - Chamada para o número temático "Comunidades surdas e Línguas de Sinais: culturas, educação e processos de sociabilidades"

Frederico Lima


A institucionalização da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ocorreu por meio da Lei Federal 10.436/2002 que passou a reconhecê-la como a língua das comunidades surdas brasileiras. Ao longo desse tempo, e até mesmo em anos anteriores à referida Lei, várias discussões foram tecidas com objetivo de descrever e analisar as características sistemáticas da Libras, reforçando o seu caráter político-cultural na sociedade brasileira, embora, assim como as línguas indígenas, ainda não tenha o status social que o português possui. Desse modo, além dos estudos de caráter linguístico-descritivo da Libras (Ferreira-Brito, 1984, 1985, Quadros; Karnopp, 2007) e de algumas Línguas Indígenas de Sinais/LIS, como a Ka’apor (Ferreira-Brito, 1984), a Guarani (Vilhalva, 2009, Almeida; Souza; Vargas; Albuquerque, 2022), foram desenvolvidos trabalhos, influenciados por abordagens teóricas dos Estudos Culturais, que discutem categorias como ser surdo e comunidade surda a partir de um viés social, educacional e identitário (Perlin, 2003). Nesse sentido, este dossiê tem o objetivo de reunir artigos, ensaios, relatos de experiência e resenhas de livros resultantes de pesquisas científicas que discutem temáticas relacionadas à Libras, às Línguas Indígenas de Sinais, às comunidades surdas ou a qualquer outra categoria analítica referente às produções socioculturais e construções de sentidos linguístico-identitárias entre pessoas surdas.

Organizadores: Ana Regina e Souza Campello (INES), Bruno Gonçalves Carneiro (UFT) e Shelton Lima de Souza (UFAC)

Prazo para submissão: 03/11/2025

Para mais informações, acesse: https://periodicos.upe.br/index.php/refami/announcement/view/16