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Revista Caderno Seminal - Chamada para o dossiê "Entre bruxas e fadas: sua irrupção no insólito ficcional"

Frederico Lima

 

Se acaso percorrêssemos a trajetória cultural dos homens, seria inevitável a constatação de registros de histórias e narrativas que buscam explicar a alteridade humana e os fenômec Este domínio é o que tradicionalmente, desde Todorov, Bessière, Bravo e Luthi, dentre outros, tem-se designado maravilhoso, e dele, há tempos, fazem parte, frequentemente, os seres que nomeamos bruxas e fadas. A modernidade exilou tais narrativas ao âmbito do inverossímel, mas não custa lembrar que, no período medieval, o termo maravilhoso abrigava relatos julgados verossímeis. Outrossim, a palavra fada prende-se, etimologicamente a fatum, isto é destino, em razão de serem assimiladas, em muitas tradições com as Parcas, como bem anotou a história da literatura infantil, de Nelly Novaes Coelho.  As bruxas, por sua vez, no sistema feudal e inquisitorial, foram identificadas com a feitiçaria, e logo circunscritas ao campo do maligno, no polo oposto ao das fadas. Rose Marie Muraro soube em seu prefácio ao Malleus Maleficarum (Martelo das feiticeiras) ler os sinais de dominação não apenas da sexualidade, mas também do feminino na mulher.

Contudo, a literatura soube criar territórios para suas aparições. Bruxas e fadas vêm sendo constantemente reinterpretadas, demonstrando seu vigor, e inúmeros são os testemunhos - a exemplo do sucesso editorial da saga Harry Potter, ou ainda, em contexto brasileiro, a narrativa Uxa, ora fada ora bruxa (Sylvia Orthof), a peça teatral  A Bruxinha que era boa (Maria Clara Machado), para mencionar apenas três títulos de uma larga lista, que ilustra, na atualidade, a potencia simbólica dessas personagens.   Efetivamente, como já sinalizou Jack Zipes (Os contos de fadas e a arte da subversão), sua vitalidade atemporal tem permitido suas constantes traduções/recriações tanto no âmbito literário, quanto em séries televisivas e fílmicas, integrando vasto repertório das artes, endereçadas ou não ao público infantil. Desse modo, e não fortuitamente, revelam-se massivamente presentes na produção estética contemporânea.

Entendendo, portanto, o maravilhoso como uma das expressões do insólito, termo que compreende vasto espectro, abrangendo o que se insurge e rompe com a razão ocidental - como o fantástico, o estranho, os contos de fadas, o feérico, o gótico, os contos de horror, o realismo maravilhoso, o realismo mágico, as obras de fantasia (fantasy) -, convidamos pesquisadores a enviarem textos que versem sobre a temática das bruxas e das fadas nas literaturas do insólito  ficcional, bem como em outras linguagens estéticas (ilustrações, HQs, cinema, séries televisivas, artes plásticas).

Editores:
Eliana Yunes (PUCRio)
Fabianna Simão Bellizzi Carneiro (UFCAT)
Sylvia Maria Trusen (UFPA)

Submissão de artigos até: 28 / 03/ 2026
Emissão das cartas de aceite ou rejeição até: 01 / 06/ 2026
Publicação do nº da revista até: 04 / 09/ 2026

Para mais informações, acesse: https://www.e-publicacoes.uerj.br/cadernoseminal

Revista Caderno Seminal - Chamada para o dossiê “Como se fora brincadeira de roda…”

Frederico Lima

 

As brincadeiras de roda são atividades lúdicas, realizadas em grupo, que têm, em grande medida, importância na formação de crianças. Organizadas em círculo, de mãos dadas, elas cantam uma mesma cantiga, com forte refrão, girando em um mesmo sentido, inseridas em um espaço criador de ficção. Todo esse movimento incentiva a coordenação motora, as mãos dadas promovem a socialização, e o canto incita a musicalidade.
O caráter lúdico da brincadeira assume papel formacional, engendrado por meio de um discurso poético, com rimas externas e internas, jogos sonoros e semânticos. Tem-se, assim, uma dimensão dupla do lúdico, pois a brincadeira de roda é um jogo sensorial, e a poesia, que lhe dá suporte, realiza-se por jogos verbais, uma vez que a poiesis é lúdica por excelência.
Qualquer pesquisa nas redes digitais levará a que se encontrem dezenas ou até mesmo de cantigas de roda. Muitas dessas cantigas vêm sendo esquecidas ao longo das últimas décadas, outras nem tanto, e algumas passaram a ser consideradas “politicamente incorretas”, como é o caso, por exemplo, de “Atirei o pau no gato”.
A literatura voltada à recepção por crianças também pode ser encarada como uma atividade tão somente lúdica – ou não –, realizada individualmente – ou em grupo –, e, em todos os casos, igualmente às brincadeiras de roda, essa literatura importa para a formação desses sujeitos.
Assim, o que aqui se propõe são reflexões à volta dessa literatura na mesma ótica sob a qual se refletiu, subliminarmente, acerca das brincadeiras de roda.

Editores:
Diógenes Buenos Aires de Carvalho (UESPI)
Gabriela Rodella de Oliveira (UFSB/ USP) 
Lilliân Alves Borges (UFTM/ UERJ)
Marisa Martins Gama-Khalil (UNEMAT/ UFU/ CNPq)

Submissão de artigos até:
31 / 01/ 2026
Emissão das cartas de aceite ou rejeição até: 04 / 04/ 2026
Publicação do nº da revista até: 09 / 05/ 2026

Para mais informações, acesse: https://www.e-publicacoes.uerj.br/cadernoseminal