I giorni della violenza (1967)
Direção: Alfonso Brescia
Atores: Peter Lee Lawrence, Rosalba Neri, Beba Loncar
País: Itália
Roteiristas: Mario Amendola, Antonio Boccaci e Gian Luigi Buzzi
Diferente de muitos westerns italianos que usam a fronteira apenas como um cenário estético, Days of Violence mergulha nas tensões reais entre os guerrilheiros confederados (os "Bushwhackers") e os soldados da União.
O filme acompanha Johno (interpretado por Peter Lee Lawrence), um homem que tenta manter-se neutro, mas é empurrado para a espiral de vingança após o assassinato de seu irmão por um oficial sádico do exército nortista. A obra explora a ideia de que a guerra não termina com um tratado de paz; ela apenas muda de forma, transformando soldados em bandidos e civis em carrascos.
Peter Lee Lawrence, um rosto recorrente no gênero, traz uma energia diferente para o papel principal. Enquanto Clint Eastwood ou Franco Nero personificavam o estoicismo, Lawrence interpreta um protagonista mais vulnerável e movido por uma fúria impulsiva.
Sua transição de um jovem pacífico para um fora-da-lei implacável serve como uma metáfora para a própria perda da inocência americana sob o peso da guerra interna. No entanto, o filme evita o maniqueísmo: não há heróis puros aqui, apenas sobreviventes em diferentes graus de degradação moral.
Alfonso Brescia utiliza os tropos do gênero de forma eficiente, embora com um orçamento visivelmente mais modesto que as grandes produções da época. A violência no filme é seca e punitiva. O uso de close-ups intensos e uma trilha sonora marcante (composta por Bruno Nicolai, colaborador frequente de Ennio Morricone) cria uma atmosfera de tensão constante. A figura do Capitão Clifford representa a face institucional da crueldade, sugerindo que a tirania protegida por uma farda é mais perigosa do que a anarquia dos bandoleiros.
Days of Violence se destaca por não oferecer a catarse fácil do "tiroteio final". Ele deixa o espectador com uma reflexão amarga sobre como a violência gera violência (o título original faz jus à obra). É um filme essencial para quem deseja entender a vertente mais politizada do Western Spaghetti, onde o deserto não é apenas um lugar de duelos, mas um cemitério de ideais.
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