10/04/2025

Colóquio - A poética da Natureza: animais, plantas e paisagens na Literatura

Ler postagem completa →

O Grupo de Pesquisa em Literatura, Gênero e Psicanálise (LIGEPSI-UFPB) promoverá, no dia 24 de setembro de 2025, no auditório 411 do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA-UFPB), o Colóquio: A poética da Natureza: animais, plantas e paisagens na Literatura, evento em que se pretende discutir os registros literários que testemunham a relação do ser humano com a natureza, o qual contará com palestras, mesas-redondas e simpósios temáticos (comunicações orais).

As inscrições nas modalidades Ouvinte e Apresentação de trabalho em simpósio temático, via portal de eventos da Universidade Federal da Paraíba (Sigeventos UFPB), são gratuitas e os trabalhos apresentados poderão ser publicados em e-book. Endereço: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml

O que é Associação Livre (Freie Assoziation)?

Ler postagem completa →

O método de Associação Livre, proposto por Sigmund Freud, é uma técnica fundamental e considerada a "pedra angular" da psicanálise. Essencialmente, consiste na expressão indiscriminada de todos os pensamentos, sentimentos, imagens, memórias e ideias que ocorrem à sua mente, sem qualquer forma de censura, seleção lógica ou julgamento por parte do paciente ou analista. 

A técnica vou desenvolvida por Freud como forma de substituir a hipnose, ao passo em que percebeu na fala espontânea dos pacientes, mesmo aparentemente desconexa, a existência de pistas valiosas sobre o funcionamento do inconsciente. Ele observou que, ao suspender a indução hipnótica dos pensamentos, conteúdos reprimidos, desejos ocultos e conflitos psíquicos, eles tendiam a emergir através dessas associações aparentemente aleatórias.

Os principais aspectos do método de Associação Livre, segundo Freud, incluem:

Ausência de Censura: O paciente é encorajado a dizer tudo o que lhe vem à cabeça, por mais irrelevante, tolo, doloroso, vergonhoso ou ilógico que possa parecer. A suspensão da autocrítica é crucial para permitir que o inconsciente se manifeste sem filtros;

Espontaneidade: O fluxo de pensamentos deve ser o mais espontâneo possível, seguindo as conexões que naturalmente se formam na mente do paciente. Não há necessidade de forçar associações ou tentar encontrar uma lógica imediata;

Interpretação: O trabalho do analista envolve a interpretação dessas associações e das resistências, ajudando o paciente a tomar consciência dos conflitos inconscientes que estão na raiz de seus problemas;

Material para Análise: O material produzido pela associação livre (palavras, frases, lapsos de linguagem, hesitações, repetições, temas recorrentes) torna-se o principal foco da análise. O analista, com sua "atenção flutuante", busca identificar padrões, simbolismos e significados latentes nessas associações;

Partida de um Estímulo ou Livremente: As associações podem surgir a partir de um elemento dado pelo analista (uma palavra, uma imagem de sonho, um número, etc.) ou de forma completamente espontânea, sem um ponto de partida externo definido;

Resistência: Freud também observou que, frequentemente, os pacientes encontram dificuldades em seguir a regra da associação livre, apresentando hesitações, bloqueios ou mudanças de assunto. Essas resistências são consideradas importantes indicadores dos pontos onde conteúdos inconscientes significativos estão sendo evitados;

Revelação do Inconsciente: Freud acreditava que a associação livre era a "via régia" para o inconsciente. As conexões entre os pensamentos aparentemente desconexos revelam as intrincadas relações entre os conteúdos psíquicos reprimidos e os sintomas ou dificuldades do paciente.


08/04/2025

O que são Zonas Erógenas?

Ler postagem completa →

Sigmund Freud revolucionou a compreensão da sexualidade ao introduzir o conceito de zonas erógenas, que já apresenta seus primeiras formulações em diálogos presentes nas correspondências trocadas com W. Fliess, precisamente nas de 6-12-1896 e de 14-11-1897, e, posteriormente, melhor desenvolvido nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Em sua visão, a sexualidade não se restringia aos órgãos genitais, mas permeava todo o corpo, desde a infância. Ele definiu uma zona erógena como qualquer região do revestimento cutâneo-mucoso suscetível de se tornar sede de uma excitação de tipo sexual. Essa definição abrangente deslocava o foco da sexualidade puramente genital para uma perspectiva mais ampla e corporal.

Mais especificamente, Freud identificou certas regiões que funcionalmente atuavam como sedes privilegiadas dessa excitação. Essas áreas, embora possuam funções primárias não sexuais, tornam-se carregadas de significado erótico através das experiências e interações do indivíduo. As principais zonas erógenas especificadas por Freud incluem:

1. Zona Oral: A boca, os lábios e a língua são as primeiras zonas de prazer para o bebê, inicialmente ligadas à nutrição através da amamentação. A sucção, a deglutição e o contato labial com o seio materno (ou substitutos) proporcionam não apenas a satisfação da fome, mas também um prazer autoerótico fundamental. Essa fase oral, que se estende aproximadamente do nascimento até cerca de um ano e meio, deixa marcas importantes no desenvolvimento psíquico e pode influenciar comportamentos futuros relacionados à oralidade, como alimentação, fala e vícios.

2. Zona Anal: Por volta do segundo ano de vida, a atenção libidinal se desloca para a região anal e uretral. A capacidade de controlar os esfíncteres durante o treinamento para o uso do banheiro torna-se uma fonte de prazer e poder para a criança. A retenção e a expulsão das fezes podem ser vivenciadas com excitação. Essa fase anal está associada a temas de controle, organização e possessividade, que podem se manifestar em traços de personalidade na vida adulta.

3. Zona Uretro-Genital: A partir da fase fálica, que se inicia por volta dos três anos, os órgãos genitais (pênis no menino e clitóris na menina) assumem um papel central como fonte de prazer. A manipulação dessas áreas e a curiosidade em relação às diferenças sexuais são características dessa fase. A zona uretral também está ligada à micção, que pode ser acompanhada de sensações prazerosas. Essa fase é crucial para o desenvolvimento da identidade sexual e para o surgimento do Complexo de Édipo.

4. Mamilos: Embora não sejam tradicionalmente classificados como parte das fases psicossexuais em si, os mamilos são reconhecidos por Freud como zonas erógenas importantes. Sua sensibilidade ao toque e à sucção, observada desde a amamentação, pode persistir ao longo da vida e desempenhar um papel significativo na excitação sexual em ambos os sexos. A estimulação dos mamilos pode evocar memórias e sensações da primeira infância, ligadas ao prazer da nutrição e ao contato com a figura materna.

É importante ressaltar que, para Freud, a erogeneidade não se limita a essas zonas específicas. Ele posteriormente ampliou sua visão, sugerindo que todas as partes do corpo possuem o potencial de se tornar zonas erógenas através de associações psíquicas e experiências individuais. O toque, o olhar, o som e até mesmo a imaginação podem carregar uma carga erótica e despertar excitação em diferentes áreas do corpo.

A noção de zonas erógenas de Freud é fundamental para compreender sua teoria da sexualidade infantil e o desenvolvimento psicossexual. Ela demonstra que a sexualidade é uma força presente desde o nascimento, buscando prazer em diversas partes do corpo antes de se concentrar na genitalidade na fase adulta. Além disso, essa perspectiva desafia a visão restrita da sexualidade ligada apenas à reprodução, abrindo caminho para uma compreensão mais complexa e abrangente do desejo e do prazer humano. As experiências vividas nessas diferentes zonas erógenas ao longo da infância moldam a personalidade e podem influenciar a vida sexual adulta, tanto em sua normalidade quanto em suas possíveis fixações e desvios.


07/04/2025

O que é Bissexualidade (Bisexualitàt)?

Ler postagem completa →

A noção de bissexualidade, introduzida por Freud na psicanálise a partir da influência de Wilhelm Fliess, sugere que todo ser humano possui, desde o nascimento, disposições sexuais tanto masculinas quanto femininas. Essas disposições não se referem apenas à atração sexual, mas também a traços de personalidade, comportamentos e identificações que são tradicionalmente associados a cada gênero, os quais tomam um rumo distintivo mediante as influências afetivas, traumáticas, culturais etc.

Para o pai da psicanálise, a bissexualidade é uma característica universal e inata, presente em todos os indivíduos, mas que, durante o desenvolvimento psicossexual, essa disposição bissexual entra em conflito com as pressões sociais e culturais que exigem a adoção específica de um desses papeis, movimento que acaba por moldar a identidade sexual e de gênero do indivíduo.

Um dos contextos mais importantes para a resolução desses conflitos é aquele em que se institui o complexo de Édipo, um dos conceitos centrais da teoria freudiana, já que, durante essa fase, a criança experimenta desejos sexuais e sentimentos de rivalidade em relação aos pais, o que a leva a identificar-se com o genitor do mesmo sexo e a internalizar os papéis de gênero, isto é, a forma como o complexo edípico é resolvido influencia a expressão da bissexualidade na vida adulta.


05/04/2025

III Congresso Nacional sobre o Mal na Literatura

Ler postagem completa →

Entre os dias 21 e 25 de abril de 2025, ocorrerá o III Congresso Nacional sobre o Mal na Literatura, evento híbrido (com atividades presenciais e virtuais) promovido pelo Grupo de Pesquisa em Literatura, Gênero e Psicanálise (LIGEPSI-UFPB), que tem como objetivo promover pesquisas e discussões sobre as múltiplas representações do mal na literatura e em outras expressões artísticas, de modo a vislumbramos como tais linguagens nos auxiliam na compreensão de certos fenômenos na cultura. 

Evento, que é totalmente gratuito, contará com palestras, simpósios, mesas-redondas e minicursos. Os trabalhos apresentados poderão ser submetidos e publicados, posteriormente, em e-book.

As inscrições para ouvintes e para apresentação de trabalhos vão até o dia 15 de abril de 2025, através da plataforma de eventos da Universidade Federal da Paraíba: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/

Para mais informações, acessem o site oficial do evento em: https://sites.google.com/view/iiiconmal/


04/04/2025

O que é Princípio de Realidade?

Ler postagem completa →

 O princípio de realidade compõe, ao lado do princípio de prazer, o esquema que rege o funcionamento mental. O princípio de realidade atua sobre o princípio de prazer, modificando-o na medida em que representa a capacidade de adiar a gratificação imediata em prol de objetivos a longo prazo, considerando as restrições impostas pelo mundo externo, diferente do princípio de prazer, cujo objetivo é a obtenção imediata e irrestrita de satisfação. 

Pode ser encarado a partir de três perspectiva básicas: do ponto de vista econômico, o princípio de realidade funciona como uma espécie de conversor da energia livre (associada ao prazer imediato) em energia ligada (relacionada ao planejamento e à ação deliberada; do ponto de vista tópico, ele está diretamente interligado aos planos pré-consciente e consciente, na medida em que se conecta diretamente com o pensamento lógico e a percepção da realidade; do ponto de vista dinâmico, tende-se a acreditar que o princípio de realidade se baseia em um tipo específico de energia pulsional, predominantemente a serviço do ego, conhecido como pulsões do ego. Essas pulsões auxiliam o indivíduo a navegar pelas complexidades do ambiente externo, equilibrando desejos internos com as demandas da realidade.


01/04/2025

O que é Transferência?

Ler postagem completa →
Transferência corresponde ao fenômeno em que os desejos inconscientes de um indivíduo se voltam a um determinado objeto, o qual também se encontra associado por meio de um elo afetivo estabelecido. No que tange à psicanálise, a transferência é um processo comumente evidenciado no setting analítico, em que o paciente tende a reviver ou projetar em sua relação com o analista os elementos que estão na base dos seus próprios sintomas, que também são comuns a toda relação de objeto (sentimentos positivos ou negativos, afetos, carga libidinal, fantasias etc.). O caso que inicialmente trouxe a questão da transferência ao debate freudiano se encontra no período pré-psicanalítico, mais precisamente no emblemático caso Anna O., paciente tratada por seu grande colega, Breuer, segundo o “método catártico”, a qual Freud percebeu estabelecer uma espécie de deslocamento de afetos, frutas da relação traumática com o pai, para Breuer.