“O subalterno pode falar?” — essa interrogação de Gayatri Chakravorty Spivak segue ecoando em contextos nos quais vozes femininas são silenciadas ou traduzidas por narrativas hegemônicas. Quando se trata de mulheres imigrantes e refugiadas, especialmente aquelas oriundas de contextos marcados por guerras, crises humanitárias, perseguições políticas ou desigualdade estrutural, torna-se ainda mais urgente escutar suas histórias e refletir criticamente sobre os regimes de visibilidade que moldam suas experiências.
Este número dos Cadernos CESPUC propõe reunir artigos que investiguem, sob diversas perspectivas, as trajetórias, desafios e estratégias de resistência de mulheres em situação de migração forçada ou voluntária. Chimamanda Ngozi Adichie em um de seus mais famosos TED Talks, nos lembra que “a história única cria estereótipos. E o problema com os estereótipos não é que eles sejam falsos, mas que são incompletos”. Partimos dessa consciência crítica para pensar a pluralidade de histórias e olhares sobre o feminino migrante, visibilizando experiências que atravessam fronteiras, idiomas e corpos.
Convidamos pesquisadores e pesquisadoras a submeterem artigos que explorem representações literárias escritas POR ou SOBRE mulheres imigrantes/refugiadas relacionadas a:
- Interseccionalidades entre gênero, raça, classe, etnia e migração
- Narrativas de vida, testemunhos, memória e literatura do exílio
- Feminismos transnacionais e práticas de resistência
- Acolhimento, integração e redes de apoio
- Educação, linguagem e cultura em contextos de migração
- Invisibilidades, estigmas e vozes subalternizadas
Organizadoras:
Priscila Campello (PUC Minas)
Érica Fontes (UFPI)
Período de submissão: 10/06/2025 a 30/09/2025
Para mais informações, acesse: https://periodicos.pucminas.br/cadernoscespuc/announcement/view/562