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20/09/2025

SIGMUND FREUD: o pai da PSICANÁLISE e o INCONSCIENTE

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Você provavelmente já ouviu falar dele, mesmo que não saiba exatamente por quê. Nascido em 1856, na Morávia (hoje República Tcheca) e falecido em 1939, em Londres (Inglaterra, Reino Unido), Freud foi um neurologista que revolucionou a forma como entendemos a mente humana. Ele é, sem dúvida, a figura central na história da psicanálise.

Mas o que é psicanálise? Em termos simples, é uma teoria e um método de tratamento que busca desvendar o inconsciente para entender os comportamentos e pensamentos de uma pessoa. Antes de Freud, a medicina tratava as doenças mentais de forma muito diferente. Ele foi um dos primeiros a sugerir que a origem de muitos problemas psicológicos estava em conflitos internos e traumas reprimidos.

As Três Estruturas da Mente

Freud dividiu a mente em três partes principais, que agem como forças que moldam nossa personalidade:

  • Id: A parte mais primitiva da mente. O Id é movido por instintos e desejos básicos, como a fome, a sede e a sexualidade. Ele opera com base no "princípio do prazer", buscando satisfação imediata.

  • Ego: É a parte racional, que tenta mediar as exigências do Id com a realidade. O Ego funciona com o "princípio da realidade", buscando satisfazer os desejos do Id de uma forma socialmente aceitável e segura.

  • Superego: A "consciência". O Superego representa os valores morais e ideais que aprendemos com a sociedade e com nossos pais. Ele busca a perfeição e age como um juiz, nos fazendo sentir culpa quando não agimos de acordo com seus padrões.

Os Sonhos e o Inconsciente

Para Freud, o inconsciente era um vasto "depósito" de pensamentos, memórias e desejos que não temos acesso direto, mas que influenciam nossa vida. Ele acreditava que os sonhos eram a "estrada real para o inconsciente". Ao analisar os sonhos, Freud buscava pistas sobre os conflitos internos de seus pacientes.

A Crítica e o Legado

A obra de Freud, apesar de revolucionária, também é alvo de muitas críticas. Suas teorias, principalmente sobre a sexualidade infantil e a interpretação dos sonhos, são questionadas por muitos cientistas. No entanto, sua influência é inegável.

A psicanálise, mesmo com as críticas, abriu caminho para a psicologia moderna e mudou a forma como a sociedade enxerga a saúde mental. Termos como "inconsciente", "repressão" e "lapsos freudianos" se tornaram parte do nosso vocabulário. A obra de Sigmund Freud continua sendo um ponto de partida essencial para quem deseja entender as profundezas da mente humana.

01/07/2025

O que significa Imagem inconsciente do corpo para Françoise Dolto?

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 Mãos, Simples, Simplista, Pessoas, Corpo

A imagem inconsciente do corpo constitui o conceito central e mais inovador da teoria psicanalítica de Françoise Dolto. Pode ser compreendida como uma estrutura psíquica profundamente enraizada e, diferente do conceito de imagem do corpo, é totalmente inconsciente, formada a partir das primeiras e mais fundamentais experiências relacionais do sujeito, especialmente aquelas com os cuidadores primários (geralmente a mãe e/ou o pai, bem como figuras que exerçam essas funções na subjetividade arcaica infantil).

Diferente do esquema corporal (que é universal para a espécie e ligado às funções biológicas), a imagem inconsciente do corpo possui caráter singular para cada indivíduo, pois é forjada na história particular de suas relações e na forma como o desejo do outro se inscreve no corpo da criança, portanto, uma experiência que, mesmo vivenciada por indivíduos que compartilham um mesmo contexto familiar, nunca será erigida da mesmo forma no processo de desenvolvimentos psicossexual, que é único para cada sujeito.

Podemos citar as seguintes características como sendo essenciais da imagem inconsciente do corpo:

  • Encarnação simbólica do sujeito desejante: É a forma como o desejo, as fantasias e os conflitos internos se manifestam e se organizam no psiquismo através do corpo. Ela não é uma mera representação, mas uma vivência do corpo enquanto lugar de ser e de relação;

  • Profundamente relacional: Forma-se a partir da comunicação e das interações com os outros, especialmente na fase inicial da vida, onde o corpo do bebê é lido e investido de significados pelos pais. As castrações simbolígenas (as operações simbólicas que moldam o sujeito, como o desmame ou o controle dos esfíncteres) são cruciais para sua estruturação;

  • Inconsciente: Não é acessível diretamente à consciência, mas se expressa de diversas formas: através do discurso (mesmo que indiretamente, em metáforas, lapsos), dos sintomas corporais (psicossomáticos), dos sonhos, dos desenhos, da forma como a pessoa se move e interage com o mundo;

  • Dinâmica e viva: Embora seja estruturante, ela não é fixa. Está em constante processo de elaboração e transformação ao longo da vida, principalmente em resposta a novas experiências relacionais e a processos simbólicos;

  • Substrato da linguagem: Para Dolto, a imagem inconsciente do corpo é o que permite ao ser humano entrar no universo da linguagem e da simbolização. É a base para a comunicação e para a constituição do sujeito.

Desarte, a imagem do corpo é o que se vê, se percebe e se apresenta do corpo no mundo, ao passo que a imagem inconsciente do corpo é a estrutura psíquica profunda que sustenta e organiza a relação do sujeito com seu próprio ser, seu desejo e sua capacidade de se inserir na linguagem e no mundo das relações humanas. Nesse sentido, Dolto enfatiza que a imagem refletida no espelho (uma forma de imagem do corpo) é apenas um dos estímulos que contribuem para a modelagem da imagem inconsciente do corpo, que é muito mais abrangente e fundamental.

 

Como referenciar esta postagem

O QUE SIGNIFICA IMAGEM INCONSCIENTE DO CORPO PARA FRANÇOISE DOLTO? In: LIMA, Frederico, 2025. Disponível em: <https://www.fredericolima.com.br/2025/07/o-que-significa-imagem-inconsciente-do.html>. Acesso em: dia/mês/ano.

 

 

O que significa Imagem do corpo para Françoise Dolto?

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 Homem, Rosto, Surreal, Imaginação

Na teoria psicanalítica desenvolvida por Françoise Dolto, a imagem do corpo, numa visão mais generalista, refere-se à representação que cada indivíduo possui em relação ao seu próprio corpo. É a forma como nos percebemos fisicamente, incluindo aspectos como nossa aparência, tamanho, forma e como nos sentimos em relação a essas características. Por compreender uma percepção mais externa em relação ao corpo, essa imagem é construída no decorrer do amadurecimento corporal humano, isto é, ao longo da vida do sujeito, sendo influenciada por aspectos como:

  • Experiências sensoriais e perceptivas: Como percebemos nosso corpo através dos sentidos (visão, tato, paladar etc.);

  • Interações sociais: Como os outros nos veem, os comentários que recebemos sobre nossa aparência e como introjetamos essas influências;

  • Idealizações culturais: Padrões de beleza e de corpo estabelecidos e difundidos cuturalmente.

  • Esquema corporal: A representação neurológica e funcional do corpo no espaço, que nos permite realizar movimentos e interagir com o ambiente. Embora relacionado, o esquema corporal é mais uma ferramenta biológica para a ação, enquanto a imagem do corpo é mais complexa e subjetiva.

A imagem do corpo pode ser mais ou menos consciente, e pode mudar ao longo do tempo, influenciada por inúmeros fatores internos e externos como a idade, doenças, mudanças de peso, aspectos culturais etc.

 

 Como referenciar esta postagem

O QUE SIGNIFICA IMAGEM DO CORPO PARA FRANÇOISE DOLTO? In: LIMA, Frederico, 2025. Disponível em: <https://www.fredericolima.com.br/2025/07/o-que-significa-imagem-do-corpo-para.html>. Acesso em: dia/mês/ano.

20/05/2025

O que significa pré-genital (prãgenital) para a psicanálise?

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Para a psicanálise, o adjetivo "pré-genital" qualifica uma variedade de fenômenos psíquicos, incluindo pulsões, organizações libidinais e fixações, que caracterizam os estágios iniciais do desenvolvimento psicossexual, anteriores ao estabelecimento da primazia da zona genital. Durante esse período, que compreende as fases oral, anal e de latência, o investimento libidinal se concentra em zonas erógenas distintas dos órgãos genitais.

A compreensão do período pré-genital é fundamental na teoria psicanalítica, pois as experiências e as possíveis fixações nessas fases iniciais podem influenciar significativamente a formação da personalidade e a predisposição a certas neuroses na vida adulta. A análise das características pré-genitais em um paciente pode fornecer insights valiosos sobre conflitos psíquicos subjacentes e padrões de relacionamento.


08/05/2025

O que significa Reparação (Wiedergutmachung) para a psicanálise?

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O conceito de Reparação, central na teoria psicanalítica de Melanie Klein (1882-1960), descreve o esforço psíquico do indivíduo no sentido de restituir e "curar" o objeto amado dos danos imaginários infligidos por suas próprias fantasias destrutivas. Segundo Klein, na dinâmica psíquica primitiva, o indivíduo vivencia impulsos agressivos e destrutivos direcionados ao objeto primário, geralmente a figura materna. Essas fantasias de ataque geram no sujeito sentimentos de angústia e culpa depressiva, relacionados à percepção (fantasiada) de ter prejudicado o objeto essencial para sua sobrevivência emocional e física.

O mecanismo de Reparação surge como uma tentativa de aliviar essa angústia e culpa. Através de um esforço inconsciente, o indivíduo busca reconstruir e reparar o objeto materno, tanto em sua representação interna (o objeto internalizado) quanto em sua realidade externa. Esse processo reparatório fantasístico é crucial para a elaboração bem-sucedida da posição depressiva, um estágio do desenvolvimento psíquico kleiniano caracterizado pela integração do objeto bom e mau em um todo e pela capacidade de sentir preocupação pelo outro.

O sucesso da Reparação fantasística permite ao ego estabelecer uma identificação mais estável com o objeto benéfico, internalizando suas qualidades positivas e fortalecendo a sensação de segurança interna. Em outras palavras, ao reparar o objeto na fantasia, o indivíduo experiencia um alívio da culpa e fortalece sua relação interna com um objeto amado e não danificado, contribuindo para a integração do ego e a capacidade de amar e se importar com os outros de forma mais plena e realista.

Em suma, a Reparação kleiniana não se limita a um mero ato de "consertar" o dano imaginário, mas representa um processo psíquico fundamental para o desenvolvimento emocional saudável, envolvendo a elaboração da agressividade, a internalização de um objeto bom e a capacidade de sentir responsabilidade e cuidado pelo outro.