Frederico

Frederico Lima #37

"Decepções são inevitáveis, pois, mesmo que conheçamos alguém há muito tempo, ninguém consegue ser para o outro tudo aquilo que ele idealiza/demanda. Mas conseguimos minimizar as chances de nos decepcionarmos quando tratamos o nosso coração como solo sagrado, só permitindo estar dentro dele quem o considera como tal, respeitando e tendo fé naquilo que sentimos, porque sem fé não há propósito, e sem propósito nada floresce."

Frederico Lima

Colóquio - A poética da Natureza: animais, plantas e paisagens na Literatura


O Grupo de Pesquisa em Literatura, Gênero e Psicanálise (LIGEPSI-UFPB) promoverá, no dia 24 de setembro de 2025, no auditório 411 do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA-UFPB), o Colóquio: A poética da Natureza: animais, plantas e paisagens na Literatura, evento em que se pretende discutir os registros literários que testemunham a relação do ser humano com a natureza, o qual contará com palestras, mesas-redondas e simpósios temáticos (comunicações orais).

As inscrições nas modalidades Ouvinte e Apresentação de trabalho em simpósio temático, via portal de eventos da Universidade Federal da Paraíba (Sigeventos UFPB), são gratuitas e os trabalhos apresentados poderão ser publicados em e-book. Endereço: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml

O que é Associação Livre (Freie Assoziation)?

O método de Associação Livre, proposto por Sigmund Freud, é uma técnica fundamental e considerada a "pedra angular" da psicanálise. Essencialmente, consiste na expressão indiscriminada de todos os pensamentos, sentimentos, imagens, memórias e ideias que ocorrem à sua mente, sem qualquer forma de censura, seleção lógica ou julgamento por parte do paciente ou analista. 

A técnica vou desenvolvida por Freud como forma de substituir a hipnose, ao passo em que percebeu na fala espontânea dos pacientes, mesmo aparentemente desconexa, a existência de pistas valiosas sobre o funcionamento do inconsciente. Ele observou que, ao suspender a indução hipnótica dos pensamentos, conteúdos reprimidos, desejos ocultos e conflitos psíquicos, eles tendiam a emergir através dessas associações aparentemente aleatórias.

Os principais aspectos do método de Associação Livre, segundo Freud, incluem:

Ausência de Censura: O paciente é encorajado a dizer tudo o que lhe vem à cabeça, por mais irrelevante, tolo, doloroso, vergonhoso ou ilógico que possa parecer. A suspensão da autocrítica é crucial para permitir que o inconsciente se manifeste sem filtros;

Espontaneidade: O fluxo de pensamentos deve ser o mais espontâneo possível, seguindo as conexões que naturalmente se formam na mente do paciente. Não há necessidade de forçar associações ou tentar encontrar uma lógica imediata;

Interpretação: O trabalho do analista envolve a interpretação dessas associações e das resistências, ajudando o paciente a tomar consciência dos conflitos inconscientes que estão na raiz de seus problemas;

Material para Análise: O material produzido pela associação livre (palavras, frases, lapsos de linguagem, hesitações, repetições, temas recorrentes) torna-se o principal foco da análise. O analista, com sua "atenção flutuante", busca identificar padrões, simbolismos e significados latentes nessas associações;

Partida de um Estímulo ou Livremente: As associações podem surgir a partir de um elemento dado pelo analista (uma palavra, uma imagem de sonho, um número, etc.) ou de forma completamente espontânea, sem um ponto de partida externo definido;

Resistência: Freud também observou que, frequentemente, os pacientes encontram dificuldades em seguir a regra da associação livre, apresentando hesitações, bloqueios ou mudanças de assunto. Essas resistências são consideradas importantes indicadores dos pontos onde conteúdos inconscientes significativos estão sendo evitados;

Revelação do Inconsciente: Freud acreditava que a associação livre era a "via régia" para o inconsciente. As conexões entre os pensamentos aparentemente desconexos revelam as intrincadas relações entre os conteúdos psíquicos reprimidos e os sintomas ou dificuldades do paciente.


Frederico Lima #2

"No fundo, no fundo, tudo aquilo que nos incomoda nos outros diz muito mais sobre nós do que deles."

— Frederico Lima 

Frederico Lima #3

“Estranho é a vida ser tão curta e, mesmo assim, uma vez ou outra, fazer com que a gente enfrente algumas madrugadas tão longas.”

Frederico Lima 

O que são Zonas Erógenas?

Sigmund Freud revolucionou a compreensão da sexualidade ao introduzir o conceito de zonas erógenas, que já apresenta seus primeiras formulações em diálogos presentes nas correspondências trocadas com W. Fliess, precisamente nas de 6-12-1896 e de 14-11-1897, e, posteriormente, melhor desenvolvido nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Em sua visão, a sexualidade não se restringia aos órgãos genitais, mas permeava todo o corpo, desde a infância. Ele definiu uma zona erógena como qualquer região do revestimento cutâneo-mucoso suscetível de se tornar sede de uma excitação de tipo sexual. Essa definição abrangente deslocava o foco da sexualidade puramente genital para uma perspectiva mais ampla e corporal.

Mais especificamente, Freud identificou certas regiões que funcionalmente atuavam como sedes privilegiadas dessa excitação. Essas áreas, embora possuam funções primárias não sexuais, tornam-se carregadas de significado erótico através das experiências e interações do indivíduo. As principais zonas erógenas especificadas por Freud incluem:

1. Zona Oral: A boca, os lábios e a língua são as primeiras zonas de prazer para o bebê, inicialmente ligadas à nutrição através da amamentação. A sucção, a deglutição e o contato labial com o seio materno (ou substitutos) proporcionam não apenas a satisfação da fome, mas também um prazer autoerótico fundamental. Essa fase oral, que se estende aproximadamente do nascimento até cerca de um ano e meio, deixa marcas importantes no desenvolvimento psíquico e pode influenciar comportamentos futuros relacionados à oralidade, como alimentação, fala e vícios.

2. Zona Anal: Por volta do segundo ano de vida, a atenção libidinal se desloca para a região anal e uretral. A capacidade de controlar os esfíncteres durante o treinamento para o uso do banheiro torna-se uma fonte de prazer e poder para a criança. A retenção e a expulsão das fezes podem ser vivenciadas com excitação. Essa fase anal está associada a temas de controle, organização e possessividade, que podem se manifestar em traços de personalidade na vida adulta.

3. Zona Uretro-Genital: A partir da fase fálica, que se inicia por volta dos três anos, os órgãos genitais (pênis no menino e clitóris na menina) assumem um papel central como fonte de prazer. A manipulação dessas áreas e a curiosidade em relação às diferenças sexuais são características dessa fase. A zona uretral também está ligada à micção, que pode ser acompanhada de sensações prazerosas. Essa fase é crucial para o desenvolvimento da identidade sexual e para o surgimento do Complexo de Édipo.

4. Mamilos: Embora não sejam tradicionalmente classificados como parte das fases psicossexuais em si, os mamilos são reconhecidos por Freud como zonas erógenas importantes. Sua sensibilidade ao toque e à sucção, observada desde a amamentação, pode persistir ao longo da vida e desempenhar um papel significativo na excitação sexual em ambos os sexos. A estimulação dos mamilos pode evocar memórias e sensações da primeira infância, ligadas ao prazer da nutrição e ao contato com a figura materna.

É importante ressaltar que, para Freud, a erogeneidade não se limita a essas zonas específicas. Ele posteriormente ampliou sua visão, sugerindo que todas as partes do corpo possuem o potencial de se tornar zonas erógenas através de associações psíquicas e experiências individuais. O toque, o olhar, o som e até mesmo a imaginação podem carregar uma carga erótica e despertar excitação em diferentes áreas do corpo.

A noção de zonas erógenas de Freud é fundamental para compreender sua teoria da sexualidade infantil e o desenvolvimento psicossexual. Ela demonstra que a sexualidade é uma força presente desde o nascimento, buscando prazer em diversas partes do corpo antes de se concentrar na genitalidade na fase adulta. Além disso, essa perspectiva desafia a visão restrita da sexualidade ligada apenas à reprodução, abrindo caminho para uma compreensão mais complexa e abrangente do desejo e do prazer humano. As experiências vividas nessas diferentes zonas erógenas ao longo da infância moldam a personalidade e podem influenciar a vida sexual adulta, tanto em sua normalidade quanto em suas possíveis fixações e desvios.


Frederico Lima #5

"Cada pessoa é, simplesmente, o que é. As decepções representam o resultado dos excessos que colocamos sobre cada uma delas. E é por isto que sofremos tanto: porque, inconscientemente, projetamos nos outros aquilo que queremos, em vez de enxergá-los como realmente são."

— Frederico Lima