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O que são Mecanismos de defesa?

O que são Mecanismos de defesa?

Em psicanálise, os mecanismos de defesa são estratégias psicológicas inconscientes que o ego utiliza para se proteger da ansiedade e de sentimentos dolorosos ou inaceitáveis. Eles distorcem a realidade para minimizar o conflito entre as pulsões do id (desejos primitivos), as exigências do superego (consciência moral internalizada) e as restrições do mundo externo.

Em outras palavras, quando o indivíduo se depara com pensamentos, sentimentos, impulsos ou situações que causam desconforto psíquico, os mecanismos de defesa são acionados para reduzir essa angústia e manter o equilíbrio psíquico.

É importante notar que os mecanismos de defesa são considerados normais e até necessários para a saúde mental em certas situações. No entanto, o uso excessivo ou rígido de um ou mais mecanismos pode levar a padrões de comportamento disfuncionais e até mesmo a transtornos psicológicos.

Alguns dos principais mecanismos de defesa descritos pela psicanálise incluem:

Recalcamento (ou Repressão): Exclusão de pensamentos, sentimentos ou memórias inaceitáveis da consciência para o inconsciente. É considerado o mecanismo de defesa fundamental;

Negação: Recusa em aceitar a realidade de uma situação dolorosa ou ameaçadora;

Projeção: Atribuição de sentimentos, desejos ou características inaceitáveis do próprio indivíduo a outra pessoa;

Formação Reativa: Expressar o oposto do que realmente se sente, muitas vezes de forma exagerada;

Regressão: Retorno a um estágio anterior de desenvolvimento em resposta ao estresse;

Deslocamento: Transferência de sentimentos ou impulsos de um objeto ameaçador para um objeto menos ameaçador;

Racionalização: Criação de explicações lógicas e aceitáveis para comportamentos ou sentimentos inaceitáveis;

Sublimação: Canalização de impulsos inaceitáveis para atividades socialmente aceitas e valorizadas;

Intelectualização: Abordar situações emocionalmente carregadas de forma excessivamente racional e distante, focando nos fatos e na lógica para evitar o sentimento.

Conquanto Sigmund Freud tenha sido o pioneiro na introdução do conceito de mecanismos de defesa na psicanálise, foi sua filha, Anna Freud, quem se tornou a grande estudiosa e sistematizadora desses processos.

Em seu livro seminal de 1936, O Ego e os Mecanismos de Defesa, Anna Freud expandiu e organizou as ideias do pai, descrevendo com detalhes diversos mecanismos de defesa e explorando o papel do ego na sua utilização para lidar com a ansiedade e os conflitos psíquicos.

Enquanto Sigmund Freud focou mais nos mecanismos de defesa relacionados à repressão das pulsões do id, Anna Freud dedicou-se a observar como o ego se defende de uma gama mais ampla de ameaças, incluindo as exigências do superego e a realidade externa. Ela também introduziu novos mecanismos de defesa, como a sublimação, o deslocamento, a negação e a identificação com o agressor.

Portanto, embora Sigmund Freud tenha lançado as bases para a compreensão dos mecanismos de defesa, Anna Freud é amplamente reconhecida como a grande estudiosa que aprofundou, expandiu e sistematizou esse importante aspecto da teoria psicanalítica. Sua obra continua sendo uma referência fundamental para o estudo e a prática da psicanálise.


O que é Metapsicologia?

O que é Metapsicologia?

Metapsicologia foi um termo cunhado e utilizado inicialmente por Sigmund Freud para classificar a sua recém-fundada teoria da mente, a psicanálise, especificamente todos os fenômenos que se enquadravam, segundo o célebre psicanalista, nas manifestações psíquicas de âmbito tópico (como o próprio nome sugere, indica um lugar ou ponto estrutural, que, na teoria freudiana situa a divisão das suas famosas tópicas: a primeira, que divide o psiquismo em inconsciente, pré-consciente e consciente; e a segunda, que o divide em id, ego e superego), dinâmico (referente as pulsões, e suas interações e os conflitos inerentes) e econômico (relacionado ao fluxo da energia psíquica, a libido, os seus investimentos, deslocamentos e transformações). Costuma-se atribuir a determinação metapsicologia à parcela das obras e postulações freudianas que possuem um caráter mais especulativo, abstrato, ou seja, cujos registros não podem ser observados de forma empírica na clínica, estando mais atrelados às hipóteses sobre ao contexto mais profundo do funcionamento da psique humana.