O que é REPRESSÃO para a psicanálise?
A repressão é uma operação psíquica pela qual o sujeito tenta afastar ou manter fora da consciência ideias, afetos, lembranças e desejos que são incompatíveis com o ego ou que causariam demasiada dor e angústia. Em essência, é a primeira e mais importante defesa contra o desprazer.
Freud formalizou o conceito ao notar que seus pacientes histéricos não haviam simplesmente esquecido seus traumas; havia uma força ativa que impedia a recordação. Essa força ativa é a repressão, que atua mantendo no inconsciente o material que, se voltasse à consciência, perturbaria o equilíbrio psíquico do indivíduo.
A repressão nunca é totalmente bem-sucedida. O conteúdo reprimido – que geralmente tem origem nas pulsões sexuais e agressivas da infância – não desaparece; ele apenas é impedido de acessar o sistema consciente. Esse material, no entanto, continua agindo no Inconsciente, buscando formas de retornar.
Quando a repressão falha em manter o material totalmente isolado, o conteúdo retorna disfarçado. Esse retorno do reprimido se manifesta clinicamente como:
Sintomas Neuróticos: O sintoma (como uma fobia, uma obsessão ou uma paralisia) é um compromisso ou uma formação substitutiva. Ele satisfaz o desejo reprimido de forma simbólica, ao mesmo tempo em que pune o indivíduo por tê-lo, mantendo a defesa.
Atos Falhos: Lapsos de linguagem ou esquecimentos que revelam, momentaneamente, o desejo reprimido.
Sonhos: O conteúdo onírico é o retorno disfarçado de desejos infantis reprimidos.
A repressão é o mecanismo inaugural que cria o inconsciente e, ao mesmo tempo, é a causa dos desvios e sofrimentos que a psicanálise busca desfazer. O trabalho da análise, mediado pela associação livre, é enfraquecer a repressão e permitir que o material, antes insuportável, seja reconhecido e integrado pelo sujeito na consciência.
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